Tuesday, April 03, 2007


Como se une um povo

Como se separam as gentes

Quais esses quadros que pintamos de frente de nossos olhos

Se da força de sermos iguais

Mais força fizemos para sermos diferentes

Falam-se de ideais, posições, graças e opiniões

Ignoram-se Naturezas e chamamos nos peças distais

Fazem-se frente batalhas de fé

Lutas de morte sobre semânticas dos nomes

Se de medos e semelhanças nos fazemos tais

As perguntas são, porque ninguém sabe quem é….

Wednesday, January 17, 2007















Preenchendo os espaços de um imenso imaginário

A ilusão confunde-se com o que nos é necessário

Não se trata apenas de sonhos em oposição à realidade

Existe como um desejo, exprime-se nesta vontade

Não percebemos a dependência, ao que se apega nossa presença

Mas cedo ou tarde sentimos a ausência, e então sente-se a descrença

Mas, se inocentes nos somos, não deve existir qualquer razão

É que viver já é difícil, muito mais sem ilusão

E quanto ao medo de errar, ou mesmo o de perder

Podemos até não os querer, ou tentar fugir para não sofrer

(e não os ter)

Ninguém pediu para chorar ninguém pediu para sofrer

Mas se pensarmos bem, também ninguém pediu para viver....



Mesquita algures no meu tempo

Tuesday, January 16, 2007


A honestidade foi me apresentada esta semana como um conjunto de princípios adequados à vivência em sociedade. Entre os quais, surgiriam então evidências de uma vivência calma, correcta, sincera, e está claro honesta. Princípios que ultimamente recompensariam o honesto e a sociedade envolta na busca de uma vida mais cristalina.

Posto isto, surgiu-me então no pensamento como poderia relacionar honestidade e regras. Demarquei-me de visões anarquistas para não cair no exagero mas continuei duvidoso quanto ao facto de que roubar, mentir, simular, enganar e outros tantos actos infiéis estariam forçosamente opostos a honestidade. E então os contextos, os cenários, as tintas os quadros… E surgiu a imagem de robin hood fugi dessa tese (já muito revista) que claramente já fora explicada. Porém mantive-me ignorante. Continuei intrigado sobre esta honestidade amarrada a uma relação entre o honesto, claro, e os demais órgãos alvo ao qual o honesto seriamente dignifica.

Foi então que mandei fora o resto dos “relativos a” e fiquei só com o honesto ou honesta, justamente. Nesse instante tantas honestas, ou honestos, me pareceram tão dúbios nos seus choros, nos seus medos, nos seus gestos, nas coragens e outros afins…

Centrei a honestidade na relação entre o honesto e si mesmo, e aí até mesmo o mais canalha dos ladrões é muitas vezes mais fiel que outros honestos… Continuei então na honestidade deste pensamento e reparei que até mesmo a espontaneidade de um sorriso e um aperto de mão pode ser mais falsa que a mentira consecutiva… E finalmente, para que a honestidade do meu devaneio não se perpetuasse, dei prioridade à falsidade das minhas conclusões, mantive-me duvidoso perante a integridade do ser honesto, e fingi que compreendi a honestidade e sua condição…..

Monday, January 08, 2007

Voltei a Casa...

Voltei a casa.... Não a casa no sentido de lar, obviamente, mas casa na mesma. E nestes tempos a minha casa define-se em pensamentos e atitudes ambulantes que vagueiam comigo pelas ruas babilónicas que frequento. Londres a minha babilónia. O facto é que enquanto estive em casa, lar, tudo que senti, vivi e pensei não foi capaz de ser sintetizado. Todos os pensamentos provenientes de vivências atribuladas, atitudes descontroladas, dos olhares duvidosos e outros interessados, das carraspanas e outras mocas afins, dos contactos frios, mornos, quentes e escaldantes e dos demais segundos que passei por ai ficaram perdidos no tempo e sem efeito.

Agora resta-me abraçar o mar de gente que me rodeia e as diferentes cores que me envolvem. Sim quero mais, deu me ganância de gente e por enquanto sinto-me bem por aqui. Babilónia… não se vê só como o papão do mundo, como o cangalheiro terrestre, ou carroça que nos conduz ao abismo, posso vê-la como quero e bem me apetece, e por agora sabe-me a mistura, cheira-me a variadas especiarias, olha-me como espectro de cores e preenche aquele tão moderno desejo de cosmopolitismo.

Enfim, por outras palavras, caguei para a repouso paz e tranquilidade, quero caos variedade e confusão, por agora foi a saída que escolhi…